São
cada vez mais as evidências de que ler faz bem à saúde. Estudos
realizados por diferentes instituições de ensino superior internacionais
revelam que os benefícios vão desde a memória e do aumento da
plasticidade do cérebro à melhoria das relações interpessoais e da
empatia, passando, até, pela redução da pressão arterial.
De acordo com jornal Daily Mail, o
debate acerca da importância da leitura reacendeu-se graças a um estudo
recente da Universidade da Califórnia, nos EUA, destinado a publicação
na revista científica Archives of Neurology.
A investigação em questão mostrou que o
desenvolvimento de atividades que estimulam o cérebro, nomeadamente a
leitura diária desde tenra idade, pode ajudar a prevenir a doença de
Alzheimer, inibindo a formação das placas amilóides, proteínas
encontradas nos pacientes que sofrem do problema.
Os cientistas analisaram o cérebro de
adultos saudáveis com idade igual ou superior a 60 anos e sem sinais de
demências, concluindo que aqueles que levavam a cabo atividades como a
leitura, o xadrez ou a escrita desde os seis anos de vida mostravam
níveis muito baixos destas placas e, consequentemente, menor risco de
desenvolver a doença.
Vantagens começam nos primeiros anos
As vantagens começam, aliás, a sentir-se
desde os primeiros anos. Ouvida pelo diário britânico, a neurocientista
Susan Greenfield salientou que a leitura ajuda a aumentar os níveis de
concentração das crianças e a sua capacidade de pensar com clareza, o
que tem impactos nas fases mais tardias da vida.
“As histórias têm um início, um meio e
um fim, uma estrutura que encoraja os nossos cérebros a pensar em
sequência, a associar causa, efeito e significado”, explicou a
especialista, acrescentando que esse facto justifica a importância de os
pais lerem aos filhos e sublinhando que “quanto mais o fazemos,
melhores nos tornamos” a nível cerebral.
Além disso, mais do que, por exemplo, um
jogo de computador, a leitura ajuda a gerar empatia para com os outros e
a melhorar as competências relacionais. “Num jogo podemos ter de salvar
uma princesa, mas não queremos saber dela, só queremos ganhar. Mas, num
livro, a princesa tem um passado, um presente e um futuro, tem relações
e motivações. Podemos identificar-nos com ela”, esclarece Greenfield.
Em 2009, dois outros estudos tinham já
provado os efeitos positivos da leitura na saúde. Um grupo de
investigadores norte-americanos mostrou, à data, que, ao ler, o nosso
cérebro constrói as imagens, sons, cheiros e sabores descritos, fazendo
com que sejam utilizadas as mesmas partes da sua estrutura usadas em
experiências da vida real que, assim, são ativadas e criam novas
ligações neuronais.
No mesmo ano, especialistas da
Universidade de Sussex, no Reino Unido, concluíram ainda que ler durante
apenas cinco minutos permite reduzir o stress em mais de dois terços,
sendo mais benéfico do que, por exemplo, ouvir música ou dar um passeio.
Este alívio da tensão está relacionado com a distração que advém da
leitura, que relaxa os músculos e diminui a pressão arterial.
Clique AQUI para aceder ao estudo realizado pela Universidade de Berkeley (em inglês).
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