Esses livros desafiaram as teorias e crenças da época. Eles tocaram em
assuntos que sempre geram discussões: religião, ciências, política.
Alguns até mesmo atentaram contra o que era considerada a moral e os
bons costumes da sociedade em que foram publicados. Eles causaram
burburinhos e muita polêmica. A Revista Mundo Estranho divulgou os 11 livros mais polêmicas da história, que você confere agora!
O primeiro da lista é o livro mais vendido e traduzido do mundo, a Bíblia.
Durante séculos, fiéis, cientistas, pesquisadores e leitores levantam
dúvidas sobre sua autoria, datas e conteúdo. Duplas interpretações e
incertezas giram em torno de todo o livro, sobretudo, em assuntos como: a
criação divina e o apocalipse.
Desafiando a religião e contrariando a
própria Bíblia, outro livro causador de grandes polêmicas foi A Origem das Espécies (1859) de Charles Darwin. Ao apresentar a Teoria da Evolução que,
dentre outros preceitos, afirma que tanto homens quanto macacos descendem de um ancestral comum,
Darwin também abordou a luta pela sobrevivência das espécies e a seleção
natural, causando extremo furor social.
Conheça outros livros que
também geraram polêmica:
Sarah - J.T. Leroy (1999)
Narra a história de Cherry Vanilla, um garoto de 12 anos que deseja
virar uma mulher famosa. Com forte carga de prostituição e abuso sexual infantil, a história caiu no gosto até de celebridades. Em 2006, descobriu-se que J. T. Leroy não era
um homem e sim um pseudônimo para uma ex-operadora de telesexo e
verdadeira autora do livro.
Deus, um Delírio - Richard Dawkins (2006)
O autor, um biólogo, expõe argumentos para provar que Deus não existe e
coloca a religião como principal causa de males modernos como guerras e
intolerância. A discussão entre religiosos e ateus gerou dezenas de
artigos e livros contrários às ideias de Dawkins. Dawkins virou ícone do ateísmo.
Versos Satânicos - Salman Rushdie (1989)
A obra que narra a história de dois muçulmanos que sobrevivem a um
atentado à bomba é recheada de ironias e críticas ao Alcorão e ao
islamismo. O livro levou líderes religiosos a oferecem US$6 milhões de
recompensa pela morte de Rushdie que se manteve durante anos em
anonimato.
Lolita - Vladimir Nabokov (1955)
Rejeitado por várias editoras, que o taxaram de pornografia pura, Lolita é um romance escrito em primeira pessoa que conta a história de Humbert Humbert, um professor quarentão que
se apaixona por sua enteada de 12 anos. Lolita foi durante muito tempo
considerada uma obra pornográfica e que atenta contra os bons costumes.
Madame Bovary - Gustave Flaubert (1857)
Uma obra avançada para os padrões da época. Carente de aventuras, Madame Bovary comete adultério e se entrega ao
consumismo desenfreado. Por fazer críticas ao clero e à burguesia, o
romance causou polêmica e Flaubert foi levado a julgamento por ofender a
moral e a religião. Absolvido, Flaubert declarou no tribunal: “Emma Bovary sou eu”
A Interpretação dos Sonhos - Sigmund Freud (1900)
Ao afirmar em sua obra que os sonhos eram projeções do inconsciente,
Freud contrariou as teorias da época que acreditavam que os sonhos não
eram inteligíveis. As interpretações sexuais dadas a alguns sonhos foi o
que causou maior escândalo na época.
Os 120 Dias de Sodoma - Marquês de Sade (1785)
A violência neste livro foi a forma que o autor encontrou para afrontar a
Igreja, a família e o Estado em sua época. A obra conta com cenas de
incesto, tortura, orgias e assassinato. Não foi à toa que o sobrenome do
autor deu origem ao termo “sadismo”. Marquês de Sade foi preso diversas
vezes por seu comportamento e acabou falecendo em um hospício.
Mein Kampf - Adolf Hitler (1925/1926)
A “cartilha do nazismo” expressava as ideias antissemitas e racistas do
ditador, que escreveu o primeiro dos dois volumes na prisão. Foi uma "semente" da 2° Guerra Mundial e do Holocausto, já que, em suas
páginas, Hitler persuadia os alemães a combater os judeus, que, segundo
ele, pretendiam dominar o país. O estado da Baviera, na Alemanha, se
recusa a reeditar a obra ou permitir republicações.
Acerca do Infinito, do Universo e dos Mundos - Giordano Bruno (1584)
Precursor da filosofia moderna, o livro se baseia na teoria do astrônomo e
matemático Copérnico, que afirmava que a Terra não era o centro do
Universo. Para o autor,o Universo seria infinito e com um número
infinito de mundos, todos em sistemas heliocêntricos (ou seja, que têm
um Sol como centro), comseres inteligentes. O autor acabou executado
como herege pela Inquisição.